Emilly nada dizia, apenas contemplava a cena em sua frente, a última vez que viu Murray sorrir ela estava com uma barriga imensa, aquele sorriso capaz de iluminar uma pequena cidade. Eram duas crianças diante de seus olhos, a Ragabash teve então certeza de ter feito a coisa certa ao levar o pai até a filha.
Lá estava ela diante daquela coisa meiga quando Murray começou a sangrar, a loira gelou o olhando mas não perguntaria nada diante de Olivia. Mais tarde a sós com ele procuraria saber a razão do sangue.
─ Filha acho que seu pai quer levá-la a algum lugar, vai trocar sua roupa, amor! ─ disse para menina, mas não desgrudava os olhos do vampiro.
Olivia ficou olhando para Murray estática, ele era lindo e muito melhor do que ela imaginou, sorriu e o abraçou, era estranho senti-lo, como se o homem ali a transmitisse segurança. Sabia que ele era um vampiro. Ao vê-lo se limpar Olivia lembrou de um filme que viu meses antes, onde uma vampira chorava lágrimas de sangue, se sentiu aliviada por seu pai ser como aquela vampira e não como o Robert Pattinson que virava purpurina. Abriu um sorriso imenso quando ele se apresentou e segurou a mão do mesmo.
─ Muito prazer senhor Jonson, sou Olivia Saeter, futura senhorita Jonson se é que me entende. ─ Piscou para ele e sua mente logo começou a visualizar as aventuras que teria , mas sua mãe quebrou o clima a mandando se trocar. 'O que dona Emilly tinha contra pijamas? ' pensava ela. A menina gostava de pijamas, eram fofinhos mas acatou a ordem da mãe, soltou a mão do pai e o olhou profundamente nos olhos. ─ Não saia daqui! Eu vou trocar de roupa e já volto! ─ Se jogou nos braços dele e o beijou o rosto, depois pulou da cama saltitando pelo quarto até a porta, antes de sair olhou para sua mãe ─ Que gatão heim mamãe!? 'Tá' fraca não! ─ Tratou logo de correr dali para o banheiro antes que levasse uma palmada na bunda.
Emilly ficara com a pulga atrás da orelha, queria entender que sangue era aquele. Seu semblante sério só foi modificado quando a garotinha saiu saltando e resolveu brincar com a mãe. Emilly sorriu sem graça e sentiu as bochechas queimarem com o que a pequena diz, mas sem ela no quarto, voltou a olhar para Murray.
─ Ela é uma graça, não é!?─ A loira deu alguns passos na direção do vampiro, parando próxima à ele e o olhando nos olhos. ─ Que sangue era aquele Cany? Vai me contar o que está acontecendo com você? Aquele "tudo bem" não me convenceu! ─ se calou o olhando fixamente, em seu olhar Emilly demonstrava claramente sua preocupação.
Ela tinha pegado ele, realmente chorar sangue não tinha nada de normal ainda mais para vampiros, o encarava com uma seriedade assustadora, era muito difícil vê-la daquele jeito, o homem desfez o sorriso quando ela tocou no assunto coçou a cabeça olhando para todos os lugares menos os olhos dela. Não tinha mais para onde escapar, ele tinha que contar o que estava acontecendo, como já foi reforçado passara muito tempo desde a época que eles se viram pela ultima vez e realmente tudo havia mudado. Depois de dois minutos observando o chão Murray resolveu olhar nos olhos de Emilly, tão azuis como quando o céu está sem nuvens no meio do dia, e realmente tão intenso quanto o profundo dos oceanos.
─ Caiu um cisco no meu olho! ─ riu, sabia que não colaria, por isso já estava rindo, e o olhar de desaprovação não foi dos melhores recebimentos. Ele pegou na mão dela e puxou-a para sentar na cama um de frente para o outro com os dedos entrelaçados. ─ Brincadeira, eu... ─ não sabia muito o que falar ali, na realidade nem mesmo ele sabia ao certo ─ Reencontrei com a Morgan, não sei se lembra dela, mas foi essa mulher quem me transformou, é o sangue dela que corre em minhas veias, ou corria... ─ respirou fundo para se acalmar ─ ... não foi agradável nosso reencontro, ela sempre foi hipócrita e queria usar do meu corpo acredita, vampira estúpida! ─ esbravejou ─ Eu neguei desejo a ela e levei um belo de um soco, começamos a lutar e ele injetou um feitiço em mim! Eu fiquei muito nervoso quando ela jogou no chão a siringa e correu simplesmente, fui tentar acompanha-la na corrida mas não conseguia correr, apaguei e fui achado no dia seguinte pela minha mãe.. ─ Ele soltou a mão dela fechando em punho, levantou-se e a que estava aberta levou a testa descendo pelo rosto como se limpasse as impurezas que toda face reserva. ─ Emilly, o fato é que eu não tenho me alimentado faz semanas, e não se preocupe não é porque estou sendo obrigado, eu simplesmente não sinto sede, da ultima vez que mordi alguém duas horas depois vomitei, e não foi remorso, todo o sangue que eu tomei e joguei de volta! E não é normal não tem como ser, entende? Estou doente.. ─ ele sorriu voltando a olhá-la ─ ... estou voltando a ser humano, e isso não é bom, e sabe por quê? ─ alertou ele quando pensou ver um suposto sorriso no rosto da mulher ─ ... porque se eu virar humano eu morro! Tenho cento e dezenove anos minha querida! Em um corpo de vinte seis... ─ parou de falar abaixando a cabeça.
A mulher deixou que terminasse, observando
seus gestos e palavras e somente quando ele se calou a mesma levantou da cama e
foi até Murray, tocando seu queixo o obrigando a olhar para ela, sorriu tranquila e acariciou a face do vampiro.
─ Então quer
dizer que você ia morrer? Sim, porque não vai mais, eu não vou deixar. Vamos
encontrar uma solução. Eu vi nosso filho morrer, não verei você Cany...vamos
atrás dessa Morgan descobrir o que ela aplicou em você e encontrar uma cura,
não sei como essa história vai terminar, mas uma coisa eu garanto, não vou
perder você mais uma vez. ─ disse a lobisomem decidida.
Estava tudo ainda muito fresco na mente de Murray, tão fresco que acabava sendo totalmente confuso. Emilly queria ajuda-lo a todo custo e mesmo que isso fosse reconfortante para ele em certo ponto lembrava das palavras que a mesma pronunciara em seu apartamento. Ele muitas vezes a olhava tentando entender o que se passava na mente da loba, ela precisava saber do resto da história:
─ Eu sei o que tenho! ─ exclamou ele ─ Depois que sai daquela situação procurei nas bibliotecas mais próximas do meu apartamento e vasculhei sobre um vampiro voltar a ser humano, eu estava enfraquecendo cada dia que passava e precisava de respostas! Se continuasse daquele jeito não existiria nem pó de Murray pra contar historia! ─ Passou os dedos nos cabelos enrolados dela ─ Descobri que é uma magia muito antiga e poderosa, Morgan não agiu sozinha, logo pensei que uma bruxa me ajudaria, tinha que ser fiel e ótima no que faz! Sei que não gosta dela, mas tenho que admitir que procurar por Matilda foi a unica coisa que me veio a mente, e... ─ parou dando um meio sorriso. Emilly o ouvia e tentava organizar as informações em sua mente, tudo era muito confuso para ela e ouvir o nome de Matilda não a deixou muito feliz, porem, não estava em condições de reclamar. Ao mesmo tempo que Murray falava, a mente de Emilly trabalhava feito um liquidificador em busca de uma solução. ─ ... como eu esperava ela não quis me ajudar, ainda tem raiva de mim eu acho. ─ tirou a mão dela enfiando no bolso da calça ─ A mãe dela Sindy me ligou dias depois falando de um feiticeiro que poderia ajudar, fui atrás dele e prometendo sigilo contou-me sobre um elixir que poderia me dar um tempo maior nessa transformação e aliviaria meus sintomas, mandei-o fazer em vão, disse-me ele que não era possível ser feito por um bruxo qualquer e pelo que ele sabia tinha um feito a solta! Porém Emilly só o que pode curar é mais uma dose do sangue da megera ! ─ começou a andar de um lado para o outro impaciente, por um minuto com os olhos pacíficos de Olivia o vampiro tinha conseguido esquecer de tudo aquilo, era incrível na percepção dele como uma criança tinha poderes para manipular as forças de um homem. ─ Consegui o elixir com uma mulher que tinha roubado ele de um padre amigo meu que eu acabei matando e tive que dar pra ela uma quantia maior de dinheiro que Morgan oferecia, ela destruir o elixir ela não quer me ver muito vivo! ─ parou defronte a cadeira de balanço entre a parede e a cama ─ Ela descobriu que eu o tinha e fugiu, eu não sei o que ela quer Emi, mas preciso do sangue dela! ─ ele aproximou-se dela não desgrudando os olhos ─ O pior é que a cretina se afastou de mim e aproximou-se da Julliet, lembra dela? Minha filha! ─ ele sorriu irritado ─ ela tem planos maiores e me querer morto é uma parte deles...
Parecia a
única solução para o problema achar a maldita vampira. As bochechas da
garou ficaram vermelhas e a pele mais quente do que o normal, estava com raiva
daquela situação e se perguntava se a presença dela teria de alguma forma
evitado isso à Murray. Achava que se afastando o estaria protegendo e agora ele
estava para morrer.Emi caminhou
até a janela e segurou a cortina com tanta força que chegou rasgar.
─ Vamos atrás
dessa Morgan! ─ Virou para
Murray séria e decidida, então deu alguns passos na direção dele. ─ Você não vai
morrer, eu não vou deixar!─ Passou a mão
seguidas vezes pelos cabelos dourados e caminhou pelo quarto.─ Por onde
começamos? Tem alguma pista dela? precisamos de algo que facilite, afinal, não
temos muito tempo.... ─ O olhou
franzindo a testa. ─ ....Vamos
homem! Temos uma vampira pra caçar.
Emilly não
pensava em mais nada, havia se esquecido de todas as suas prioridades, só que fugir de
garous assassinos, seres malignos e vampiros mal intencionados parecia
fichinha para ela perto de tudo que ouvira. Estava disposta a ir até as últimas consequências para salvar o pai da sua filha. Emilly estava realmente com vontade de sair dali naquele momento se pudesse para poder encontrar a vampira, animada até demais ao ver de Murray, este que segurou no braço dela nervoso:
─ Não é assim Emilly! Eu não sou prioridade! Lembre-se que você tem uma filha hibrida pra criar, lembre-se também que tem um namorado ou marido, eu sei lá! ─ soltou o braço dela abaixando a cabeça, não era sensato que ele continuasse a desejá-la, porém ele não estava muito preocupado com sensatez. Tudo que mais presava em alguém era o respeito como um Giovanni ele era nobre e tinha suas leis a cima de muitas coisas. Olivia demorava a retornar, e Murray olhava de vez em quando para a porta na espera que a pequena saltitante entrasse com toda graça e carinho que representara até agora ─ Eu vou dar um jeito nisso sozinho, não é que eu esteja negando sua ajuda, é que agora temos que nos preocupar com a Olivia! ─ deu as costas para ela e foi até a porta olhos dos dois lados do corredor e nada da filha, voltou a entrar no quarto sorrindo ─ Eu não me perdoaria se acontecesse alguma coisa com você ou com a Olivia, mesmo eu não fazendo mais parte da vida de vocês! ─ sorriu por fim.
─ Não é assim Emilly! Eu não sou prioridade! Lembre-se que você tem uma filha hibrida pra criar, lembre-se também que tem um namorado ou marido, eu sei lá! ─ soltou o braço dela abaixando a cabeça, não era sensato que ele continuasse a desejá-la, porém ele não estava muito preocupado com sensatez. Tudo que mais presava em alguém era o respeito como um Giovanni ele era nobre e tinha suas leis a cima de muitas coisas. Olivia demorava a retornar, e Murray olhava de vez em quando para a porta na espera que a pequena saltitante entrasse com toda graça e carinho que representara até agora ─ Eu vou dar um jeito nisso sozinho, não é que eu esteja negando sua ajuda, é que agora temos que nos preocupar com a Olivia! ─ deu as costas para ela e foi até a porta olhos dos dois lados do corredor e nada da filha, voltou a entrar no quarto sorrindo ─ Eu não me perdoaria se acontecesse alguma coisa com você ou com a Olivia, mesmo eu não fazendo mais parte da vida de vocês! ─ sorriu por fim.
Emilly havia se esquecido do que falou a ele horas antes sobre o tal cara que havia aparecido em sua vida e estava um tanto confusa:
─ Marido? Namorado? Você
ficou maluco? De onde tirou essa ideia absurda Cany? Acha que com essa vida
louca que levei nos últimos anos eu teria tempo de pensar em homem? Ou acha que
quando eu disse que te amava eu estava mentindo? Você é tão prioridade para mim
quando Olivia. Não vou te deixar e se insistir eu vou me amarrar em você. Não
vai a lugar nenhum sem mim, senhor Jonson. ─ Emilly se aproximou o enfrentando e segurou o queixo de Murray. ─ Seu
tonto! Eu nunca tive outro homem além de você, eu não deixei de te amar e eu
vou com você até o fim do mundo. Vamos atras de sua cura juntos.....ou se
preferir....eu vou sozinha caçar essa Morgan....Você escolhe. ─ Empinou o nariz e
apertou os lábios o olhando brava.
Olivia voltou logo ao quarto já trocada de roupa, enfiada numa
calça jeans e uma blusa toda torna no corpo, calçada em sandálias com os pés
trocados, ouviu praticamente toda a conversa dos pais e
resolveu esperar, em sua cabeça eles sairiam dali casados e isso era tudo que
ela queria. Mas ao ouvir a mãe falando que eles iam caçar alguém, a pequena
entrou de supetão :
─ Eu vou
junto! ─ disse sem
pestanejar, dividindo o olhar entre os dois. Nunca que ela os deixaria sair
numa aventura sem ela. Olivia correu e abraçou as pernas do pai enquanto falava
tão rápido que parecia nem respirar. ─ Eu sou forte papai, eu sei brigar. Deixa
eu ir papai, deixa eu ir!?
Eles a olharam de uma vez, era uma criança completamente encantadora, com suas palavras mal formadas e sua coragem repentina, algo que se podia admirar. Riu o homem ao senti-la em suas pernas, pegou-a no colo rapidamente, esta laçou os braços pelo seu pescoço,e se viu sendo encarada pelos seus pequenos olhos brilhantes, não queria que a menina os tivesse ouvido, aquele assunto não pertencia á ela em todos os aspectos referidos:
─ Você realmente me parece ter muita bravura Senhorita Olivia, a mesma que a minha mãe teve quando me encontrou, o engraçado pequena é que ela tem o mesmo nome que você. ─ Rodou, girando a menina junto ─ Quando a mamãe disse que iria caçar a Morgan não é uma pessoa ─ mentiu ─ é um novo sabor de sorvete, que é muito raro aqui na Inglaterra e ela quer caçar pra você e pro papai, mas eu disse pra mamãe que se alguém tem que caçar esse sabor é o papai, entende? ─ depois de sorrir para Olivia abraçou-a e não deixando que a mesma visse lançou um olhar severo para Emilly fazendo sinal de silêncio. Emilly deu alguns passos, se afastando. Sua mente ainda
maquinava o que fazer, o vampiro poderia enrolar a menina, mas nem por decreto
a garou ficaria parada como se estivesse tudo bem. Mas agora precisava
disfarçar, Oli era capaz de reconhecer a mãe por sua fisionomia. Foi então que
pensou em algo e sorriu marota.
─ Gostaria de
conhecer sua avó Oli? Ela é linda, parece a Barbie e faz bolos
deliciosos ─ passou os olhos por Murray. ─ sua mãe ainda
tem aquele gatinho Cany? ─ sabia que ele entenderia o que queria dizer e sabia mais ainda a
paixão que a garotinha tinha por gatos. Olivia estava desconfiada, porém seus instintos de criança falavam mais alto que qualquer outra coisa e amava sorvete então cedeu.
─ Eu quero ver
minha avó de nome lindo. O papai pode me levar para ver a vovó enquanto a mamãe
vai buscar o sorvete de nome gozado. ─ Segurou o
rosto do pai com as duas mãozinhas quase encostando o nariz no dele. ─ Ela tem
gatinho? Me leva papai! Me leva pra ver a vovó Barbie. Mas eu quero comer....estou
com fome de panqueca. Podemos comer panqueca?
─ Ótimo, então
esta feito! ─ ele sorriu juntamente com as duas belas naquele quarto, colocou
Olivia no chão e dando um beijo em sua testa propôs ─ Vamos fazer assim, eu
levo a Oli para a casa de minha mãe em Manchester, enquanto Emilly vai comprar
o tal sorvete e nos encontra lá esperando deliciosas panquecas da vovó! Ela
mora no mesmo lugar de sempre, lembra? ─ não esperou que a mesma respondesse e
continuou─ Hm ─ balbuciou ─ ela não tem mais aquele gato,os vizinhos dela tem
algum parafuso solto só pode e mataram ele, o gato nunca fez mal a ninguém, contudo ela tem
uma tartaruga faz dois anos ─ agachou-se para ficar do tamanho da filha ─ Chama-se Mimosa e da ultima vez que a vi tinha até lacinho! ─ Olivia abriu um sorriso de orelha a orelha, tartaruga de lacinho estava ótimo, com panquecas, melhor ainda. Piscou para o pai e concordou com a cabeça.
─ Está ótimo papai, vamos ver a mimosa e a vovó...depois damos uma dura nos vizinhos malvados dela. ─ Murray pegou na mão da
pequena levantando-se do chão, pegou Emilly pela cintura com a mão que estava
solta.
─ Não vá errar o caminho... - beijou-lhe os lábios em um selo demorado e a soltou. Olivia sorriu sapeca.
─ Vocês querem que eu espere lá fora namoradinhos? ─ A loira gelou dos pés a cabeça, ainda mais com o selinho que recebera, o olhou de um jeito que dispensava palavras e desconcertada mordeu o lábio e riu ao ouvir a gracinha da pequena. As palavras foram seguidas de uma gargalhada gostosa da criança, melhor do que panqueca e vovó era ver o pai e a mãe finalmente juntos. Pela primeira vez ela sentiu algo, sentiu que tinha uma família. ─ Não demora dona mãe, ou eu vou comer todas as panquecas sozinha.....Vamos papai! ─ A mulher enfiou a mão no bolso e retirou uma chave.
─ Não vá errar o caminho... - beijou-lhe os lábios em um selo demorado e a soltou. Olivia sorriu sapeca.
─ Vocês querem que eu espere lá fora namoradinhos? ─ A loira gelou dos pés a cabeça, ainda mais com o selinho que recebera, o olhou de um jeito que dispensava palavras e desconcertada mordeu o lábio e riu ao ouvir a gracinha da pequena. As palavras foram seguidas de uma gargalhada gostosa da criança, melhor do que panqueca e vovó era ver o pai e a mãe finalmente juntos. Pela primeira vez ela sentiu algo, sentiu que tinha uma família. ─ Não demora dona mãe, ou eu vou comer todas as panquecas sozinha.....Vamos papai! ─ A mulher enfiou a mão no bolso e retirou uma chave.
─ Não vou demorar, ok? E a senhorita cuide direitinho do papai...sabe como sair
daqui, então ajude-o. Ok? ─ Olhou para Murray e colocou na mão dele a chave que
tirou do bolso. ─ Fica com meu carro, existe um caminho mais fácil para sair
daqui, Olivia te mostra...nos encontramos na casa de sua mãe...Se cuida tá? E
olho atento na Olivia. Eu vou comprar o sorvete de ....Morgan. ─Foram os três caminhando até os fundos da casa, pela primeira vez pareciam uma família de verdade, ele queria proporcionar para elas algo que nunca conseguiu a ninguém. Segurança. E moveria céus e mares para que isso fosse realmente feito, lá estava o carro. Emilly abaixou-se e
beijou o rosto da menina, em seguida olhou docemente para Murray e o beijou os
lábios. ─ Até logo...meu amor... ─ esboçou um sorriso e se afastou. Ele sorriu colocando Olivia dentro do carro no banco de
trás, fechou a porta e contornou o mesmo entrando pelo lado direito do
motorista.
─ Se cuida! ─ sorriu para a mulher e partiu com
o carro, quanto mais rápido chegasse na casa de sua mãe melhor seria, a
baixinha parecia estar com uma danada fome. ─ Bora pra casa da louca da velha!
Olivia estava
agitada no banco de trás e ao sair acenou rapidamente pra mãe que ficava. Era
curioso, primeira vez que saia com alguém que não fosse Emilly, embora Murray
fosse seu pai, no dia anterior era um desconhecido, mas mesmo com a pouca
convivência Olivia confiava nele de olhos fechados. Estava feito pinto no lixo
diante daquela aventura, sair pelo mundo de carro para visitar a avó, algo
simples para muitas crianças, mas para ela era novidade.
─ Vamos ver a
velha papai! ─ Imaginava uma
velhinha de óculos numa cadeira de balanço e coque na cabeça prendendo os fios grisalhos.
Olivia não via a hora de ouvir as histórias da vovó. Toda vovó era boa em
contar histórias. ─ Vai demorar
muito papai? ─ perguntou
quicando no banco.
Ela era
sapeca e lindamente inteligente, incrível como captava tudo o que ele queria
passar, e enganar ela não estava nos planos do vampiro, mas era necessário, Olivia não
podia saber da doença do seu pai muito menos do que tudo aquilo a influenciaria
em estar em risco, a garotinha não precisava guia-lo conhecia as ruas da
Inglaterra como ninguém, viajara tanto em seus casos que um meio do mato para
ele era como uma grande avenida, seguiu pela rua até ver os prédios se
formando, pela arquitetura ainda era Londres. Continuaram pela estrada os
vidros levantados todos com insulfilme, não queria ele que reconhecessem a
menina nem pelo cheiro peculiar que oferecia tanto aos lobisomens quanto aos
vampiros.
─ Só mais um
pouco querida. ─ Corria, parecia vir uma tempestade por ai, as nuvens já
escuras se formavam cada vez mais e o vento estava forte e zunindo. Depois de
duas horas chegaram em Manchester, bela cidade, depois de alguns minutos e algumas viradas chegaram
na casa da mãe de Murray, estava reformada desde a ultima vez que Emilly fora
lá, a filha dele iria gostar.
─ Chegamos querida! Venha, vou te ajudar -
desligou o motor e saiu do carro, abriu
a porta de trás e logo a tirou de dentro do mesmo, trancou tudo com o alarme e
a levou até a frente esverdeada ─ Mamãe reformou, mas está boa!
─ Vovó mora
aqui? Bonita casa! ─ Naquele
momento a menina sentiu um friozinho na barriga, lembrou-se do pai chamando a
avó de louca. E se ela fosse rabugenta?
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